Eu não tinha mais dúvidas de
que tudo estava consumado. Quando me
olhei no espelho me dei conta da triste realidade. Meu rosto transfigurado, a
expressão de quem acabara de sair de um velório insistia em permanecer.
Perdida na solidão de um lavabo,
abri a bolsa na procura de algo para maquiar a minha tristeza. Quando encontrei
um batom, esbarrei meus dedos naquela maldita certidão. Como pode uma simples
folha de papel acabar com tantos anos de convivência e felicidade. Senti a
garganta sendo apertada por um forte nó, meus olhos estavam prestes a se
encherem de lágrimas. Respirei profundamente e me contive. Uma sensação de ódio
e vingança invadiu meus pensamentos. Aquela sirigaita não perde por esperar.
Ary Roberto
Nenhum comentário:
Postar um comentário