Esse blog é fruto é de uma Oficina que ministrei em Tatuí, de abril a novembro de 2011,por meio da Oficina Grande Otelo, espaço da Secretaria de Estado da Cultura.Oficina esta que foi realizada numa das salas do Museu Paulo Setúbal.SueliAduan









quinta-feira, 31 de maio de 2012

O buquê




A fina garoa que caía naquele final de tarde, só se prestava para umedecer, além das almas daquela multidão, os tenros botões de rosa do buquê, que segurava, firmemente, em seus braços. Sinônimo de um milhão, e mais um pouco, de desculpas. Nem mesmo a friagem que sentiu, quando seus pés pisaram na poça d’água, conseguiu gelar seu coração, mas a fez refletir.
Até quando suportar mais mentiras, mais enganos, mais botões de rosa apagando traições. Movimento inconsciente, seus braços se estenderam para que um taxi parasse. Mais um final de dia, mais uma volta solitária para casa e mais um novo recomeçar. Seu coração estava quase cedendo, quando os olhos verdes do motorista perguntaram para onde iria. Alguns infinitos segundos se passaram até que a resposta viesse:
- Para a tua cama.


                                                                                    Ary Roberto


Um comentário:

  1. ..."Nem mesmo a friagem que sentiu, quando seus pés pisaram na poça d’água, conseguiu gelar seu coração, mas a fez refletir...."

    Poético, questionador, instigante. Bravo, Ary!

    ABRAÇOS

    ResponderExcluir